quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Meu Verso Esquecido

O cheiro das coisas mudou...
Então parece que as coisas também vão mudar

Apresse-se
Apresse o passo e mude comigo.


xx

Meu Verso Esquecido

Eu pensei n’um verso antes de dormir
E antes de dormir não o escrevi
Esqueci
E desse modo mais um verso se perdeu

Nada faria a mínima diferença no mundo

A escrita destoante e linear que saía de minha mente
Não salvaria ninguém
Nem você, nem ela e nem a mim
Não faria ninguém sorrir

As palavras da rima vazia e versos brancos
Eram brancos não por limpeza ou pura clareza
Brancos, não só de rimas, mas de sentido
Essência, verdade, significado

Nenhum desses versos faria diferença no mundo

Por mais tristeza, angústia ou pesar
Que nele eu pudesse carregar
Seu peso era bem mais do que eu conseguia enxergar
Nada de útil surgirá desse estrábico olhar visionário
Sou eu mesmo meu algoz, pior adversário

Eu esqueci
E não me faz mais falta

Falta-me o pensamento para tantas outras coisas
E minha memória é fraca
Minha vista cada vez mais embaçada
Ressentido das atitudes que tive
Re-sentindo de novo e de novo, uma a uma

Mas nada fará diferença no mundo

E por fraqueza em segurar
Manter e cumprir o que digo
Tenho agora somente este meu verso esquecido



Alexandre Bernardo

XX

Nunca
Quando devo estar

Aqui

A. B.

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