segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Vazio







Sala Vazia

Uma sala vazia
É só mais uma sala vazia
Não dá vontade de chorar e nem de rir
Pois ficar ou partir tanto faz
A sala vazia é pura ausência
Completamente sem essência
Ela é privação de vida e companhia
A sala vazia
Nem pensamentos vagam por ela
Nem o mais estúpido
Nem o mais brilhante pensamento
Não há brilho
Não há luz
Não restou nada no mundo
Além dessa sala vazia
Ela agora é minha casa
Sento no chão de um dos cantos
Vejo as paredes como parte do que me fecha
Minha sala, meu templo
Minha morada sem portas ou janelas
Vivo preso em minha sala vazia
Não restou alimento
Água tampouco
Tão pouco mesmo restou de mim
A decadência, a fome e o desespero
Surgem contentes em suas formas tão vivas
Vivas?
Alucinação?
Quem sabe se nem sei?
Passeio com a morte de mãos dadas
Quase a beijei
Uma noite de longo verão
Joguei cartas com a angústia
Não me dei ao luxo de trapacear
Deitei ao lado da solidão
E essa sim foi uma longa noite de verão
Todos habitam minha morada
E já não me sinto tão só

Na minha sala vazia...



Alexandre Bernardo




XX


Sempre...


Onde?


A.B.

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