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E onde está Ulisses?Não há mais paciência para nada, meu caroOnde está Ulisses?Será que alguém pode parar a destruição que toma tua casa?Teus inimigos cortejam tua esposaMatam teus bois e porcos para banquetearTua derrota, tua viagem e teu sumiçoNão há tempo para flerte com semideusas paranoicas
Não há motivo para enfrentar um gigante com sérios problemas de raciocínio
Onde está Ulisses?
Troia caiu e agora cairá também teu reinado em honra
Volta e mostra que a força nunca se perdeu
Banha em sangue tua casa com criaturas vis
Só hoje. Só está noite. És finalmente permitida tua volta
Esmaga teus inimigos Ulisses!
Alexandre Bernardo
Não é o mesmo jogoAh! Toma tuas palavras de fingida solidãoSou eu que não quero te ouvirBater na porta, sorrir baixinho, chegarE se do mais ficar somente poesiaQue seja pura de falso sentirAquele descarado, desmedido, anjo reversoNão é o mesmo jogo
E eu ainda quero jogar
Não é o mesmo jogo
E meu azar me deixa errar
Ah! É meu enfeite descolorido
Carnaval fora de época, hora marcada e lugar
Que deixa esse cheiro de ilusão no ar
E mesmo sentindo outro mal entendido
Sinto-me pronto a nada abandonar
Nem esse ar cansado
É o mesmo batido no peito
Na rima
Fruto do coração
Alexandre Bernardo
Não sou Cássius, tampouco BrutusNão sou Cássius, tampouco BrutusNão matei Júlio CésarNão fui tratado como filho e não mereço esse queimar de brasasNão sou Abraão, tampouco JudasNão levei meu único filho ao sacrifício pra provar meu valor, mas entendaTambém não vendi ninguém a moedas de prataNão mereço esse fogo em minha praça
Não sou vendedor de escravos, tampouco revolucionário libertário
Não tive vontade e nem teria coragem para desprezar meus irmãos
Também não matei pela causa, mas entenda
Não é justo queimar por minhas palavras
Não sou infanticida, parricida ou homicida
Também não sou exemplo de bom moço toda vida
Mas dos erros que cometo, todos vanglorio, não abro mão
Essas desculpas ao vento jogadas, não são só palavras
É meu sentimento dizendo baixinho como um trovão:
- Sai dessa, meu caro, o que temos na vida
É mesmo pra valer o esforço vivido, a palavra sentida
O mal entendido esquecido, conforto e perdão
Alexandre Bernardo