22:29h
Listen: Feist - I feel it all
Post Pós jogo da seleção Brasileira
Pós conversas
Pós show do Teatro Mágico + Lenine
Pós fazer provas
E tentando acelerar o book passando logo as partes revisadas...
Mais uma...
Parte X
Tentando dar movimento aos universos
Enfim...
Rápido assim...
XX
Uma Mancha em um Deserto de Lama - X
XX
Continuação... Capítulo 3 ...
Partindo do pressuposto “estar vivo” se julgar como ser vida.
A maioria pensa assim por que não pode pensar o mesmo?
Afinal pensar é tão difícil, dá tanto trabalho é mais fácil mais cômodo e também mais conformista partir de tudo com um pensamento já pronto que eu aprendi em um filme durante uma tarde em que cheguei da escola sem a mínima vontade de estudar nem de fazer nada.
- Maldição!!!!
Pare com esses pensamentos!!!!!
Johann levanta.
- Mas droga será possível que realmente estou ficando louco?!?
Se não estou eu poderia pelo menos tentar me concentrar e focalizar minha mente na prioridade agora.
Nada de ordens nem nada a prioridade agora e sair dessa droga.
Johann caminhou até a porta e talvez tempo o suficiente para ver que o preso da cela a sua frente estava dormindo. Sua cela aparentava como qualquer outro lugar quando se acorda numa ressaca depois de uma surra e com as asas quebradas. Sujo podre vazio. Parece até consigo mesmo.
Johann puxou o fôlego por um instante e gritou:
- Guarda!!!!!!!!!!!!!!
O prisioneiro da frente deu um pulo e ficou de pé olhando para frente extremamente espantado e lhe respondeu:
- Maldito filho de satanás !! Como esse traste sobreviveu!!
Só vou avisá-lo uma única vez então e bom que me entenda bem ...se..você...abrir...essa...sua..maldita..boca...eu vou cortar seus ... Desgraçado!!!!
E realmente Johann não pode entender o final da frase dita pelo outro prisioneiro, o sotaque era meio que angolano, aquele que se inventa por não saber de onde ele pertence.
Ecoa por um vento feliz e diverso, se expande por orelhas pensantes ao vento, encontra-se com deus e desce ao inferno para contar-lhe mentiras piores que toda afazia que fazia. Certamente não via ao certo o incerto. Procurava dentre todos os sons um menor murmúrio de menor barulho até se ouvir ao longe.
- Mereceu....de certo mereceu...-
E nunca pensamos em casos do acaso, nem ele nunca pensara. A morte sempre é algo a ser aceito liberto e compreendido. Em teoria. Quando ela realmente bate em sua porta não há noção divina nem não se preocupe isso é apenas besteira. Se você perde seu inútil tempo pensando em formas de tornar o ser humano menos ignorante e egoísta, é certamente um tempo que poderia ser gasto de diversas outras maneiras.
Já ouviu falar de maldição? Já ouviu falar de milagre? Já encontrou alguém que presenciou tudo e sobreviveu para que tudo pudesse contar? Nada mais é do que isso. A morte é a total aceitação da incapacidade de permanecer entre tantas relíquias de hipocrisia. É o enxergar de uma nova vida coberta de nada sobre o vazio. Com todo o conhecimento de que o nada é apenas uma palavra inventada para explicar tudo que a pobre ignorância humana não explica.
Ao ver a morte passar ao seu lado Johann nem ao menos pensou em tocá-la, bela, alva e insubstituível mantinha seu ar liberto e alheio. Só havia um pensamento que rondava sua mente e o fazia continuar a andar sem a menor preocupação com o futuro. O ódio. O ódio que sentia era imenso enorme e o sufocava.
A única coisa que movia sua vontade era também a vontade. Matar e morrer por amor. Morrer por clichê e virar um herói hippie para si. E quando encontrar com o ser desprezível que queria para seu banquete seria então Jack, ao passear pelas vielas londrinas sem esperar que algo retornasse a sua procura, julgaria por sua lei e direito tudo que acreditasse infiel e imoral.
Pagaria pecado com pecado. E ensinaria como se dá a vida por amor. Iria ao céu desfrutar de toda poesia carnívora dos arlequins e querubins que vivem seu eterno faz de conta. Entraria em filas para pagar contas e depois seria pego de um jeito ridículo e colocaria tudo a perder em uma tentativa de fuga a outro lugar. Outro país. Outro planeta. Nem que fosse por um instante. Entraria em um banheiro sujo e choraria até que alguém viesse lhe buscar.
Morreria.
Suicídio breve indolor. Queimado entre cadáveres judeus. Disposto entre pensamentos desgraçados e sangrando mais do que minha idéia de beleza.
Isso em um segundo abordou sua confusa mente e logo ele esqueceu.
Não era de todo imperdoável dado ao teor de sua indignação. Mas teve então toda idéia que pessoas desprezíveis têm em momentos desconcertantemente importantes. Como fugir de um assassino correndo até a escada indo para um quarto sem saída. Descobrir o que seria mesmo aquele barulho de correntes arrastando na garagem do vizinho “weird”. - Mereceu... Ele mereceu... -sussurrou o vento indigno uma vez mais.correu como se realmente se sentisse jovem. A idéia permanecia na cabeça. Vou descobri-lo, vou matá-lo, vou destruí-lo apenas isso.
Mas... Por que não arriscar? Se tudo vale e tudo é permitido... Teve aquele... Aquele homem que dizia faz o que tu queres pois é tudo da lei... Sei que ele era importante mesmo não se lembrando de seu nome... Era comum não se lembrar de muitas coisas afinal... Pois nem em sua juventude fazia isso muito bem...
- GUARDA!!!
O prisioneiro olhou para Johann como se pudesse matá-lo naquele mesmo momento usando apenas a força de sua determinação e seu olhar. Correu para o fundo da cela, de certo não poderia matá-lo assim de qualquer maneira.
Um homem andava lentamente pelo corredor e aproximou-se da portada cela. Johann o viu formalmente vestido em seu uniforme impecável dentro daquele ambiente onde parecia que todos se alimentavam de carne dos ratos que corriam em todos os cantos.
- Quem é você? E por que está gritando?
- Não vê senhor. Eu vou morrer aqui... Preciso de ajuda – ele disse.
Antes de responder hesitou:
- Não sei se posso ajudá-lo...mas...
Bom coração devia ter o policial, ou pela primeira vez um deles se lembrou do servir e proteger, ao invés de pensar em por que devo me importar? Ou ganhando tão pouco e ainda à noite devia arrumar mais trabalho... Ele arrumou.
- Espere apenas um minuto senhor. Certificarei-me sobre o que está acontecendo aqui agora mesmo.
Ele apertou um pouco mais o passo e segui até uma porta que era semi visível por Johann. Via que tinha um quadrado com um vidro esfumaçado no centro e via o inicio de uma tranca enferrujada. Mesmo com a demora superior a dois minutos Johann não se importou.
O homem voltou acompanhado de outros dois, possivelmente de patente superiores ao primeiro, pois Johann percebeu a mudança de tratamento entre todos os policiais a eles, isso , pouco depois dele ser retirado de sua cela e levado até um banco com almofadas já bem velhas, entendia-se o porquê visto a situação em que Johann se via. Inutilizado, imundo e com um cheiro nada agradável. O policial na frente de Johann, sentado confortavelmente em sua cadeira atrás de sua mesa e de seu porta-retratos de uma família rica e feliz, que todos no departamento sabiam que era uma farsa maior ainda que a vida de Johann, falava em uma velocidade quase que incompreensível para seus companheiros, já para o pobre pintor era impossível entender, mas ela sabia fingir. Passou toda a vida fingindo, nessa altura da vida já era quase um perito nesse tipo de coisa. Ele continuava mexendo a boca em uma velocidade não usual. Johann ignorava. Depois suspirou e entregou um papel a ele, não antes de entregar uma toalha para limpar as mãos antes de pegar o papel. Tentou ler por mais de uma vez semicerrou os olhos e mesmo assim ainda não via uma só palavra que pudesse reconhecer. Entre um emaranhado confuso de letras uma palavra pode identificar “Libertado”, - serei solto penso eu, ou mesmo se eu pudesse ler mais alguma coisa... Tornou a forçar os olhos e nada identificava...o policial falava...Johann desistiu e assinou de vez o papel sujando-o ainda em parte por não ter limpado as mãos de forma adequada. Ele foi então acompanhado por mais dois policiais que carregavam uma toalha cada um , ao passar ao lado do telefone apontaram como se o indicassem que podia utilizar se assim desejasse, mas também podia não usar e que isso no final não faria a mínima diferença. Ele continuou seu caminho entre aqueles corredores fétidos onde o cheiro já nem lhe fazia tanto mal, parecia estar se acostumando com aquilo. Poderia morar ali se assim o desejasse, mas também podia não morar e no final isso não iria fazer a menor diferença.
Não importa pra onde fosse, não importa o que fizesse, Johann sabia que só havia uma única coisa a que ele desejava. Vingança com o sentido deturpado e como puro clichê divulgado e almejado. Assim como o sentimento que não importasse o que ele fizesse ou onde estivesse seria infeliz, da mesma forma agora sabia que para onde fosse buscaria com todas as suas forças e com toda a sua capacidade de argumento uma forma nítida e clara de acabar com todos os órgãos e arrancar cada fio de cabelo de quem lhe tirou a já nem tão mais sua esposa de entre seus braços já não tão perto ou encostados nela. Não conseguia mais entender como e por que as coisas chegaram a este ponto e sinceramente ele não fazia a mínima idéia de como tinha levado a vida, nem mesmo o que tinha feito em um só momento para tentar mudá-la ou tentar ser feliz.
Sempre via todo mundo dizendo como iria ser feliz depois que comprasse aquela moto mesmo com os 13 mil que pagariam a mais que seu preço real, ou como dariam muito mais tempo ao lazer e dedicação a mulher depois de comprar aquele carro que dispõe de muito mais segurança do que realmente era preciso, eles esperavam. Não importava o quanto demorassem eles esperavam. E neste momento em algum lugar dentro da cabeça de Johann eclodia aquela velha voz que ele acostumou-se a chamar de consciência para não ter a plena certeza que estava completamente e friamente louco e fora de si, e ela dizia velhas palavras conhecidas e de forma até certo ponto amigável. Se mesmo depois de tanta tentativa e sofrimento não percebes que não basta esperar momento para dizer o que deseja e fazer o que pretende não mereces nem aqui estar. Nunca se espera algo que seja feito por você, pois quanto mais expectativa criares, mais facilmente serão decepcionantes atos ou fatos , não importa. E bem sei que para ti muitas vezes sou confuso e falo coisas que aparentam não ter sentido, mais sem sentido é tua existência ou mesmo a fala dela.
E ele se dizia: é o tempo!
E ele repetia: é o tempo!
Ele está me tornando assim.
Talvez esta fosse a melhor hora de ir embora.
XX
E sim...
Talvez esta fosse a melhor hora de ir embora.
Sempre e sempre aqui
A. B.