quinta-feira, 8 de março de 2012

Palavras de bar em bar

Por que seguir sem querer seguir?


XX


Palavras de bar em bar

É noite, como sempre devia ser

Copo cheio, como sempre deve estar

A ebriedade é o motivo do meu viver

Copo em copo, dose em dose, bar em bar

Já conheço todos os lugares dessa cidade imunda

Em que posso vomitar

Palavras, gestos, estupidez e opiniões

Liberta-me dos meus preconceitos e grilhões

Só para outros criar, novas brigas inventadas

E depois eu culpo o álcool, minha alienação

Não suporto mais as risadas

Pessoas felizes e imbecis

Seu modo fácil de levar a vida

Entreter-se, divertir-se e se relacionar

Seu sorriso sempre parece me ferir

A boca se abre para exibir minhas chagas

Não quero esse nome, que lembra a tela de celular

Fotos de momentos marcantes

Quero antes a liberdade de sentir

Quero antes o amargor do porvir

Só pra que eu possa recordar

Que de toda força empenhada para tudo

O mundo faz questão de interferir

Ferir

Emperrar

Ferrar

Que de toda esperança e fé depositada

Em encontrar

Chorar

Mais ainda da essência se perde

Só mentir

E rir

Suas palavras me atrapalham a pensar

Suas conversas não deixam meu ser se acalmar

E agora levanto-me

Pensamento firme na cabeça

Fazer do sofrimento dinheiro

Pois os dois na verdade são o mesmo



Alexandre Bernardo


XX


Sem palavras e mais sem dizeres tolos

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