Por que seguir sem querer seguir?
XX
Palavras de bar em bar
É noite, como sempre devia ser
Copo cheio, como sempre deve estar
A ebriedade é o motivo do meu viver
Copo em copo, dose em dose, bar em bar
Já conheço todos os lugares dessa cidade imunda
Em que posso vomitar
Palavras, gestos, estupidez e opiniões
Liberta-me dos meus preconceitos e grilhões
Só para outros criar, novas brigas inventadas
E depois eu culpo o álcool, minha alienação
Não suporto mais as risadas
Pessoas felizes e imbecis
Seu modo fácil de levar a vida
Entreter-se, divertir-se e se relacionar
Seu sorriso sempre parece me ferir
A boca se abre para exibir minhas chagas
Não quero esse nome, que lembra a tela de celular
Fotos de momentos marcantes
Quero antes a liberdade de sentir
Quero antes o amargor do porvir
Só pra que eu possa recordar
Que de toda força empenhada para tudo
O mundo faz questão de interferir
Ferir
Emperrar
Ferrar
Que de toda esperança e fé depositada
Em encontrar
Chorar
Mais ainda da essência se perde
Só mentir
E rir
Suas palavras me atrapalham a pensar
Suas conversas não deixam meu ser se acalmar
E agora levanto-me
Pensamento firme na cabeça
Fazer do sofrimento dinheiro
Pois os dois na verdade são o mesmo
Alexandre Bernardo
XX
Sem palavras e mais sem dizeres tolos
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