terça-feira, 14 de maio de 2013

Ódio da não razão

Ódio da não razão

Não precisava nem de motivos. Não gosto mesmo de ninguém
Odiar é meu esporte e me convém. Afinal, cabe em toda hora e todo lugar

Agora, pensei que seria diferente ter teu pensamento a retornar
Bater na porta e deixá-la ao chão para divertir a estadia
Diga se desse e de outros modos não é que construímos emoção?
Mas são tantas palavras soltas à não razão

Ela cata uma a uma
Recorta excesso ao redor
Assopra
E como passarinhos voam

Perdem-se no ar

E no chão as brasas caem e ao fundo meu sorriso é colorido amarelo-fumaça
Odeio-os
Queimo
Odeio

Sou chama só por odiar o ódio de minha não razão

Pensava um dia ser diferente de tão diferente
Ver e ignorar como todo o pensado e sentido até uma semana atrás
Mas o pensamento é fraco e se infla com as mordidas das abelhas brilhantes
Sobre as feridas vermelhas dançam e o ódio cresce em mim

Era tão ridiculamente o esperado
Que buscar o ódio é ainda mais infantil
Ele nasce da idiotice não combatida no pensamento
Não eliminou a não razão, lições apreendidas de razões

A. B.

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