terça-feira, 9 de abril de 2013

O que me sobrou do amor

O que me sobrou do amor

Sobrou uma lembrança intocada digna de mulher idealizada
Por nada mais que um mero sonhador
Sobrou algumas noites mal dormidas, agonias ressentidas
A cada palavra dita em fervor

Sobrou um lanche despreocupado, momento inesperado
Onde estar era questão somente física
E físico também era o clamor e o desejo de meu ser desesperado
Por aquela pele tocar, essa boca que fala em arte e mecânica quântica

Sobrou te ver e te encontrar em todo lugar, mas você nunca ali
E onde quer que realmente esteja eu me esforço garras, dentes e pesar
Pra dali fugir, esconder, enterrar, não suporto nenhuma vez teu olhar
Sobrou tua voz nas canções e músicas que me apertam o peito ao ouvir

Sobrou você em todo lugar, lembrança e olhar

Sobrou um querer estar e sentir sem limites
Mas também um despedaçar de coração no mínimo triste
Sobrou um querer estar sozinho e não sentir que alguém me imite
Tarde e tardes de sonhos e palavras de lenitivo, pura esquisitice

Sobrou esse temer me aproximar e o passado me ouvir de perto
E descobrir que meu passado é real passado, isso desperto
Diz perto de mim o que sobrou do amor

O que sobrou do amor?
Solidão

A. B.

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