domingo, 28 de fevereiro de 2010

6

22:41h
Listen: Móveis Coloniais de Acaju – O Tempo

XX

Não tenho muitas palavras

Mesmo com esse final de semana mais reservado
(obrigatoriamente reservado desde certo ponto de vista)
Li muito
Pensei muito
Fiz algumas coisas
Enfim

Seguindo os fatos

Show do Móveis >>> Maravilhoso
Tecnicamente, Emocionalmente, Tudo muito bom

Velhas pessoas, Velhas histórias
Mesmo com algumas nem tão boas assim

Algumas pessoas irritadas e com razão

Reuniões com uma máscara mais descarada
Daquelas que ficam difíceis de esquecer quando
Tanto você quer disfarçar e esconder

Não esperava que esses dias chegassem assim


Mas de uma maneira ou de outra

Eles vieram

São esses

Estão aqui para serem vividos


6, 六, Զ, ϝ' , ΠI , VI

Difícil tentar explicar

Ao menos tentar imaginar como seria diferente

Minha vida senti mudada
E por seres minha vida, você também mudou
Mudaram os gestos e Mudaram os olhares

E na diferença de meus olhares voltados a ti
Tudo cresceu em brilho e cor
Refletidos no mesmo momento
Na frustração de alguns de seus planos
Crescimento de meu Amor

Tudo arquitetado por um Arlequim que esqueceu seu coração
No desespero de ser teu, tive que deixá-lo ser sua propriedade
Para só então você decidir o que fazer
E sim
Eu fiz o que devia fazer

Muito tempo?
Que eterno seja o tempo
Em que eu possa acordar
Ao som de tua voz


Pois cada dia ao teu lado
Deixa mais claro uma verdade em mim

Se houver uma razão para tudo
A razão é Você

Alexandre Bernardo

XX

Pronto desde certo desentendimento com a Conrad (Ódio eterno a editora)

Frustração de alguns planos

Resolvidos se tudo se encaminhar

Veremos


O sentimento persiste



Sempre aqui.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Nossas Armas...

The Old and Dark City - Post 70 =D
00:33h
Listen: Pearl Jam – Yellow Leadbetter

XX

Passando pelas ruas vejo os mesmo reflexos de vida
Mesma velha história de acidentes
Pessoas se levantam apenas para ver a destruição
Ninguém pode ajudar
Ninguém pode nada mudar
Mesmo assim todos se levantam e fazem o máximo de barulho possível
Enquanto observam
Só observam e nada mais

Observar é o que critico mais uma vez

Pois se cada um é senhor de seu destino
Toma das mãos trêmulas de deuses a pena que irá escrever

O que quiser
Na vida que quiser

Quero hoje ditar meu destino

Escrever o que bem entender na minha vida

Minhas páginas, meus pensamentos
Alguns divididos
Mas todos dedicados

Mais uma vez

É sempre só você...

XX

Nossas Armas

Vem você mais uma vez
Pois não cansei e nunca cansarei
E quanto mais penso no que faço
Em cada erro e tropeço nesse campo
Desejo ainda mais seu abraço

Apareça em meus sonhos que seja
Oferecendo-me em meu retorno um afago
Não podemos ver além da linha de frente?
Não vê que só além de tudo passarei
Por que tu és motivo

Formada inteiramente o meu querer ficar

Embasamento em que teorias?
A teoria que rege o pensar é inexata
Não me ensina a não te ver em todo o lugar
Não te desejar colorindo cada instante

E como tudo não foi visto antes?
E se todas suas maravilhas e gestos
Marcam-me mais forte que tudo que já sofri
E ainda sim cometo os piores erros possíveis

Tentando não sei ao certo
Afastar-te?
Pois que não

Não entenda como se quisesse
Sofrer
Perder-te para o adversário que muito ignorei

Eu mesmo

Em cada erro e decepção perdendo-te aos poucos
Que nunca seja assim

Pois que de cada lágrima o amor renasça
Que cada novo acordar venha mais completo de respostas

E que o entendimento se espalhe
E que meu olhar te diga
E que teu olhar responda

Cada palavra é a mais pura verdade

Que todas as frases sejam escritas com amor
Que a sinceridade seja nossa arma suprema
Que na guerra que é viver
Que você enxergue mais longe
Que me deixe ver ao teu lado

Decifremos então
Decifremos o significado do Amor

Alexandre Bernardo

XX

Nunca fui de negar erros meus
Sei ter dito para esquecer
Mas já estava tudo pronto

Talvez estivesse tudo escrito

Mas que entre nós
Bastem os “Talvez”

Aproxima-se certa data :P
Felicidade vem com ela

<3

Sempre aqui

Sempre e sempre

<3

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Sonhos de um escritor desvairado

Riachon dês lost neves 1x1
Listen: Cidadão Quem – A força do silêncio


Sim,
Não dá para explicar...
Mas é que nesses dias eu me vi pensando em palavras...
Sabe aqueles momentos em que você simplesmente escolhe parar e pensar em qualquer assunto? Do tipo que seja o primeiro que aparece em sua mente... Depois de um óbvio primeiro pensamento (que na verdade é alguém) pensei em palavras.
Palavras e palavras.
Todo seu significado contido e incontido.
Liberto e limitado.
Estranheza das palavras que só buscam definir.
Definir?
Algo que almejo. Procuro. Acontece que é sempre tão distante.

Foram dias como os que antecederam também.
Uma falta que bate forte.
Procurando mais uma vez significado de outra palavra.
Saudade talvez.
Sem tradução.
Sem explicitar tão forte que é.

Foram noites de conversas e papos lançados ao ar.
Mudanças de opiniões sobre certas pessoas.
(pois sim, eu prefiro ser essa metamorfose ambulante)
E fui correndo procurar...

Escrever?
Que ato é esse?
O que procuro nisso?

Não sei ao certo.

Sei que pensei fora de mim.

E sendo outro escrevi.

XX
Sonhos de um escritor desvairado

Imortalidade...
Assim começavam os sonhos de um escritor desvairado
Não sabia o que escondia dentro de si
Não sabendo tudo que podia revelar

Cada marca ou cicatriz é estranha
Coberta e escondida mesmo debaixo do sangue fresco
Medo da morte que surge com seu nítido cheiro...
...Inconfundível...

E volta a pensar em uma posterioridade deixar
Possibilidades... Um filho? Sua cópia e imagem
Tão divino, bíblico e sagrado
Tantas menções e lembranças

Tão tristes
Tão tristes

Ele deveria ao menos se orgulhar

E se nada desse acaso virasse certo
Caberia a ti e somente a ti
Ocultar

O fracasso de sua injusta imortalidade

Apenas mais um sonho daqueles incontidos
Um daqueles pensamentos amorfos
Aquele desejo incontrolável de dizer
Mas nem tudo sai da boca do poeta

Mesmo sabendo e rindo de si
Pois disso sabe
Da imortalidade beirando a moralidade
Que tanto cortejou

Ele sabe

Que cada um desses escritores desvairados

São eternos e imortais dentro de si
e...
e...
e...

E correm os assuntos pela madrugada...

Alexandre Bernardo

XX

E se um dia o escrever mudar?
E se as palavras também mudarem?

Na verdade para mim elas nem me importam...

São vis e muito mais...
São puras e muito mais...

O que fica?
O sentimento.

Cada um.
Cada detalhe.
Nunca traduzido com palavras.

Sempre aqui.

Inexato.
Inconstante.

Palavras.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Detalhes…

23:59h
Cidade/Riacho de Deus/Fundo- Some party at Brasólia

#Feelings

Listen: Bauhaus – Who killed Mr. Moonlight

Detalhes…
Talvez nada mais que coisas da vida…
Passam
Quietos calados
Quase que pedindo para serem notados
E em sua imensa maioria ignorados
(em imensa tenciono dizer IMENSA)

Quiça eu visse
Quiça eu comprendesse cada uma das nuâncias do que não vejo
E desculpe pelas ocasiões em que por vezes deixo tudo passar

Esse passar assim
Louco e desesperado
Insano
Quase pedindo para ser controlado

Qual a diferença?

Desta vez foi o tipo de coisa que ao terminar de ler disse...
Esse diálogo merecia algo mais...

Aqui Está...

Detalhes...

Precisos detalhes e pedaços de nossas vidas...

XX

Contexto:
Ao término da leitura do Poema – Peso e Leveza
http://recantodasletras.uol.com.br/poesias/2075863


--
Ê mistério...
Quem te faz tanto sofrer entre os pesares dos teus anseios?
Quem te traz angustia quando desejas tanto o amor?
Quem é que te traz frio ao acalento do teu coração?
Quem te magoa e te tira a razão?
Quem é que te traz tanto sofrimento?
Tens um ombro...
Um ombro e um colo amigo...
Ao qual tu podes recorrer a qualquer momento...
Seja para chorar ou para sorrir...
Estarei sempre aqui te esperando de braços abertos!
Não admito que sofras por alguém...
Por que sei qual é a dor de ser banido ou trocado ou simplesmente esquecido...
Mas te compreendo.
O certo é que tudo é incerto e nem mesmo os deuses do Olimpo,
Decidiram o que é...
O nosso destino.

Um graaaaande abraço!

Bsb, 09/02/2010 Adriano.

--

Entre os pesares?
O sofrer de não ter ao lado o tempo todo quem eu desejo...
Angustia?
Foi nesse caso um sofrer fingido típico de divagação...
Este frio coração quente bate forte em lembranças de sonhos
Inversão da dor...
Mágoa e ressentimento são palavras fortes e pesadas
Elas derrubaram todos os dicionários da nossa casa
E afundaram-se entre as páginas
Atingiram o chão misturando-se ao lodo...
O lodo que escondemos embaixo do tapete...
O sofrimento é querer bater o meu coração mais perto
É tudo realizar
Nada ser minha barreira e acordar vendo meus sonhos dançando sobre mim
E ver que a dor não é real...
E sei que após qualquer angústia e sofrimento tenho a quem recorrer...
Sei aonde devo correr...
Esconder-me do mundo e tudo mais...
Seja para chorar ou para sorrir...

Nosso Destino?

Moldamos contra Deuses decadentes...
Riscamos as paginas de seus livros e
Reescrevemos nossa história
Somos eu e você
Somos livres...

**Com Alterações :P**

Thanks for everything!!!

You are welcome in every word
Every speech

Caminhe em paz andarilho
E saiba onde deixou cada parte de ti

Onde fincou cada raiz

E que cada um se recorde

E que eu também possa sempre lembrar

E sempre

E sempre aqui.

XX

Alexandre Bernardo

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Uma Mancha em um Deserto de Lama VIII

00:02h

Listen: Metric - Grow up and blow away

Depois de certos contratempos
Vicios e falta de sono
Um post de fim de semana
com mais um trecho de um livro que nunca termina
:P


Como bem sei que fazia certo tempo que não
postava nada relativo
pensei: se não continuar não vou terminar
e também acho que está grande demais


Lendo e Relendo ele poderá ser melhor
Enfim


Is Here



Uma Mancha em um Deserto de Lama VIII


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Olhava para baixo e cada vez mais seus pulsos pareciam atormentá-lo tentava puxá-los e agora eram os dois homens falando. Nem pareciam tão homens assim em sua aparência. Apenas jovens recém formados sem empregos e desesperados demais para procurar algo melhor. Quando eles viam gente como Johann ficava obvio que a idade batia e ela não era gentil com a maioria e ninguém mais quer cuidar de bibliotecas e chegar em casa com um cheiro de livros usados e visão desgastada em livros empoeirados que ninguém além dele se atreve a ler, em mais um dia sozinho conversando com uma cadeira.

Vem o pensamento de que já teve tudo. Já viu de tudo.
Seria talvez um bom momento para morrer não?
- Não depois do que vi... Eu vou vingá-la. Eu tenho que vingá-la
- Típico homem que já assistiu a filmes demais.
- Verdade né. Eles vêem algo de “muy” belo nesse defeito
- Vamos lá cara você deve ser frio. Agora larga de besteira e assina tudinho logo falando que foi você que matou a velha beleza?
Sua voz agora saia.
Ou eles sempre ouviram mesmo contando que todos ignoraram.
Mas ele podia ouvir e melhor que isso. Ele sabia que podia ouvir. Talvez aquilo fosse apropriado naquele momento. Muitas pessoas saberiam o que fazer e fariam algo de bom se soubessem que podem ouvir e falar ao invés de olhar.
O frio continuava.
Não nos seus pulsos. Johann podia senti-los muito bem eles ardiam molhados. Ele girou a cabeça ouviu um estalo e viu uma poça de sangue embaixo da cadeira em que estava sentado seus pulsos completamente banhados.
-aaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhh....
A dor veio.
Mas poderia ter sido pior.
Outro sentimento do mais completo e perfeito “loser”. O conformismo. Esta doença que assolou seu tempo deixou marcas mais profundas que qualquer ranhura feita com uma arma nuclear bioquímica, ou seja, lá como ela prefira ser chamada. Se conformar é isso. É deixar pra lá como deixa uma criança a um brinquedo que dera se Johann tivesse apreendido a arte mágica de não se importar.
- Vocês não têm esse direito!!!!
Não podem fazer isso comigo
- Sim podemos Johann-respondeu o homem notadamente mais jovem agora algumas espinhas ainda ocupam parte de sua imensa testa onde desde jovem começam a sumir os cabelos nos cantos tentando atenuar esse detalhe ainda não incomodo o suficiente talvez.
- Maldição!!! Eu sou um artista nunca retornarei a pintar assim...
- Você é o quê????
O homem acerta Johann com mais força dessa vez o sangue torna a escorrer dessa vez de seu supercílio novamente aberto por sinal.
- Sou um artista! droga”!!!!!
- Diga um dos prêmios que já ganhou e de renome, por favor,
-...
Talvez o silêncio de Johann tenha doído mais em seus ouvidos do que qualquer outra coisa até mesmo a pancada dada por seu filho.
Ele não tinha a mínima idéia do que poderia responder.
Por um momento tentou que isso deixasse passar.
- Diga!!!!
É só ignorar
- Diga!!!
É só não se importar
Importar foi isso que você não aprendeu nem a não se importar nem se importar você não aprendeu nada Johann.
Mais uma batida é dada. Johann sente que elas são dadas a cada momento com um pouco mais de força e isso passa a realmente preocupá-lo. Algo deve ser feito, mas já neste estado o quê? Se pelo menos... Se pelo menos... Você não estivesse totalmente sozinho algo melhor poderia ser feito uma nova decisão a ser tomada.
- Não vou assinar nada já disse- Johann tentando forçar sua voz para que parece áspero sem porem torná-lo grosso demais
- Aprendeu a falar né ???
- Você talvez ainda não tenha entendido “gagá” nós podemos e fazemos o que quisermos!-Deu uma longa pausa e disse entre dentes- Nós somos a lei até que seja dito o contrário e quando for dito abafaremos tudo! Como vamos abafar sua boca velha podre e suja pode me entender?
Sim. Acho que muitas vezes esses pontos são bem fáceis de entender.

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Alexandre Bernardo



Sempre aqui


.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Uma carta a 10 de julho de 2008 (Final)

Queria que aquele dia 10 nunca mais terminasse.
Pensava:
-Assim Marina estará sempre em mim.
Eu adormeci, Marina permaneceu até em meus sonhos. Acordei cedo, eram 8h de 10 de Julho de 2008.
Ao sair do quarto, notei as caixas de papelão na sala. Havíamos nos mudado a pouquíssimo tempo, por causa do emprego do meu pai, passávamos às vezes, apenas um mês na mesma cidade. Eu nunca entendi aquilo, no começo eu não gostava, porém me acostumei.
Estranho, eu não lembrava daquelas caixas de papelão ali ontem. Pensei que já havíamos terminado toda a mudança.
Eu estava só em casa, meus pais saíram cedo. Tomei café, resolvi ir pra praia. Eu gostava daquela cidade que tinha uma praia tão perto de casa. Mas eu estava ali a tão pouco tempo que nem lembrava o nome da cidade direito, às vezes eu esquecia ainda, ou confundia com alguma outra onde eu havia morado.
Cheguei à praia, 08h30min. Sabe quem estava lá?
Sim, Marina.
O quê aconteceu?
Eu lembro da primeira frase que falei, desculpa pra puxar papo, pra sentar do lado dela.
- O mar é mesmo muito lindo.
Alguns segundos depois, eu pensei... Já sei o quê ela vai dizer...
“Todo mundo me diz isso”.
Mas ela não disse. Ela disse.
- Verdade.
E sorriu.
Ah, eu não vou entrar em detalhes... Eu sentei do lado dela, disse alguma coisa, ela respondeu alguma outra coisa. Conversa vai conversa vem, eu acho que ela nem lembrava que eu havia falado com ela noite passada. Também, quantos garotos será que falaram com ela noite passada, não me admira ela não lembrar meu rosto. Aliás, melhor assim. Mas hoje... Ah, hoje eu era o único...
Eu não lembro o que eu disse dessa vez. Mas ela sorriu de novo. Eu não consigo esquecer aquele sorriso.
Eu a beijei.
Ela me beijou.
Marina.
Slowmotion.
E naquele momento eu percebi que toda a minha vida tinha valido a pena. Que eu poderia morrer agora, sem me arrepender de nada do que havia feito até hoje.
Tudo por aquele momento.
Era hora do almoço, nos despedimos. Ela sorriu, foi almoçar em casa, e eu também.
Combinamos de nos encontrar amanhã, naquele mesmo local, naquele mesmo horário.
Eu cheguei em casa, cara de “garoto mais feliz do mundo”.
Haviam bem mais caixas em casa. Estranho.
Minha mãe não fez almoço, mais estranho ainda. Havia umas marmitas na mesa.
Ela me viu, e me contou algo perfeitamente normal, eu já estava acostumado.
- Filho, vamos nos mudar hoje ainda. Você sabe como é o trabalho do seu pai... Como uma marmita, eu não tive tempo de fazer almoço. Arrume suas coisas logo.
Marina. Ecoava em minha cabeça.
Então eu acordei pra realidade.
- Mãe vamos nos mudar hoje?
- Sim, vamos filho.
Eu corri.
Minha mãe gritou algo, eu não escutei. Eu corri pra praia.
Ela não estava lá.
Eu perguntei as pessoas ao redor, ninguém sabia, ninguém tinha visto.
Eu corri desesperado por todos os lugares da cidade.
Nada.
Eram 18h, 10 de Julho de 2008.
Voltei pra casa, me arrastando.
Nenhum sinal de Marina.
Levei uma bronca horrível dos meus pais.
Eu não lembro nada do que eles disseram.
A minha cabeça ia explodir.
Ela não conseguia processar a informação de que eu nunca mais veria Marina.
Poucas horas depois, entrei no carro, fomos embora.
Nem lembro em qual cidade eu morei depois dessa, mais foi pouco tempo também.
Nem lembro de mais nada.
Depois desse dia, eu vivi uns anos sem viver. Eu esqueci completamente o nome da cidade onde eu havia conhecido Marina. Na verdade, eu me esforce pra esquecer. Eu sabia que eu não podia voltar lá. No final, eu queira que fosse apenas uma lembrança. Um sonho.
Marina, ela não existiu de verdade. Foi só um sonho.
Não foi?
O tempo passou, ele não apaga as feridas, mas cicatriza. E eu consegui levar uma vida normal. Eu conheci você Amanda...
Mas sabe o que aconteceu?
Ontem eu precisei viajar. Pois é, acabei me acostumando, e fui trabalhar com meu pai. Graças a Deus, hoje em dia eu preciso viajar bem menos que ele, naquela época.
Hoje estou aqui, na praia, são 8h20min.
Estou te escrevendo essa carta, te explicando porque eu não vou voltar.
Por causa de 10 de Julho de 2008.
Porque ontem, eu resolvi dar um pulinho na praia dessa cidade.
Eu lembrei.
Foi aqui, eu tenho certeza.
Foi aqui onde eu sonhei com Marina. 10 de Julho de 2008.
Não me pergunte como, mas eu sabia.
Eu pedi demissão ontem mesmo. E hoje de manhã resolvi te escrever essa carta.
“Querida Amanda, me desculpe, eu não vou voltar. Mande lembranças a Jeff, um grande abraço a Kadu.
Deixe-me contá-la. Era um simples, 10 de Julho do ano de 2008, o dia fatídico, tudo mudou, os crepúsculos e as luas cheias nunca mais foram as mesmas.”
Eu vou ficar por aqui.
Eu vou arriscar tornar aquele sonho, realidade.
Por menor que sejam as chances. Eu sei, eu tenho certeza.
Eu vou encontrar Marina.
Terminei.
Guardo a carta no envelope. Ponho dentro da minha mochila, e olho pro mar.
Tem uma garota olhando pro mar também, sentada na areia.
Tem uma flor no cabelo dela... Qual era mesmo o nome dessa flor?
Eu sentei do lado dela. Precisava dizer algo pra puxar papo.
- O mar é mesmo muito lindo.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

10 de Julho de 2008 - 4ª Parte

4ª Parte


(Quase para terminar :P (Pelo menos eu acho :P))
Enfim
Veremos e a decisão virá


XX

Nem se colocasse. Não havia nada a dizer.Não havia nada a fazer. Partir. A palavra ecoava. Vazia. Sem vontade. Partir.
E parti mesmo sentindo que o mais importante eu deixava.
Continuamos a nossa viagem de moto. Insegura na visão de alguns. O que quer que seja na visão de outros. Só palavras e julgamentos e não queria me julgar agora. Sabe por quê? Os próximos minutos foram daqueles que te marcam.
Marcam a sua vida inteira.
Chego até a sentir ecoar 10 anos depois quando se escreve uma carta a uma grande amiga. Amanda, tento te dizer tudo por que sei que Alberto não entendeu. Ele estava muito a frente de tudo. Acho que não entendia sentimentos infantis. Desses bobos que a gente se entrega e pensa:-Tudo pode acabar agora... Que nada importa... Pois sou feliz e tudo eu tenho. O mundo é meu. E todo sentimento é reflexo de mim. Ecoando no universo.
Eu olho no retrovisor, vem outra moto a toda velocidade, ela me ultrapassa. Tão certo quanto tudo o mais... A minha moto nunca acompanharia aquela. Na frente um cara alto e forte, atrás, uma garota de vestido amarelo.
O vento batia forte no vestido. E o mundo girou mais lentamente, embora nenhum físico ou astrônomo reconhecido tenha percebido. Mas naquele instante eu sabia que algo iria acontecer.
A ultrapassagem foi pela direita adicionada de um corte imprudente para a direita sem sinal e sem nada. Ultrapassagem numa curva... Bem esperto não? E sim era uma curva. Daquelas que não se pode ver se vem outro carro na outra mão.
As chances de vir. É claro... Mínimas... Ou você achou que viria Amanda?
Esperta você... Pois era... Vinha. Um caminhão Enorme.
O caminhão passou por cima, e não sobrou moto, nem cara alto, nem menina do vestido amarelo. Eu faço a curva tranqüilo.
Marina está morta.
A moto reduz velocidade, gradativamente... Até que Alberto bate em meu ombro, dizendo:
- Tá acordado cara?
Eu não sei o que passava diante dos meus olhos.
Vez ou outra eu me perdia no que pensava. Perdia a linha enquanto via qualquer coisa. Talvez o automatismo no dirigir, pois mesmo jovem já era habitual.Talvez fosse a agonia em pensar que um simples cinema durou até meia noite. Talvez o suor excessivo que descia do meu rosto frente ao vento ao dirigir.
Mas era só para me enganar.
Faltava ela, Amanda. Ela era a pior dentre todos os seres que conheci.
Sem pena ou dó de minha pobre existência ela roubou cada um dos meus dias ao roubar meu coração. Sabe o pior? Eu a agradecia... Pensava em toda sua pureza impura que me corrompia. Eu ansiava por mais um segundo com ela. Diria as palavras certas e a faria me amar. Como nunca amou.
Como nunca amei.
Por que nunca amei Amanda? Por que nunca pude me entregar a ninguém como a ela.
E naquela moto o homem com ela cheirava competição.
Que eu perdi.
Eu sempre perco antes de concorrer.
Será sempre assim.
Eu pisco os olhos, e volto a realidade.
E percebo que toda aquela cena que eu vi, em minha cabeça. Foi uma tentativa de me fazer acreditar que Marina estava morta para mim.
Bom, foi uma tentativa bem inútil.
Ainda restavam 23h e 30min desse 10 de julho de 2008. Que eu pensei que já tivesse acabado.
O dia 10 continuava.
Eu queria ver Marina uma vez mais.
Queria que aquele dia 10 nunca mais terminasse.
Pensava:
-Assim Marina estará sempre em mim
Adriano uma vez me disse: -Coração é terra que ninguém pisa...
Eu nunca o ouvi.
Corri.
E fui me entregar...