Queria que aquele dia 10 nunca mais terminasse.
Pensava:
-Assim Marina estará sempre em mim.
Eu adormeci, Marina permaneceu até em meus sonhos. Acordei cedo, eram 8h de 10 de Julho de 2008.
Ao sair do quarto, notei as caixas de papelão na sala. Havíamos nos mudado a pouquíssimo tempo, por causa do emprego do meu pai, passávamos às vezes, apenas um mês na mesma cidade. Eu nunca entendi aquilo, no começo eu não gostava, porém me acostumei.
Estranho, eu não lembrava daquelas caixas de papelão ali ontem. Pensei que já havíamos terminado toda a mudança.
Eu estava só em casa, meus pais saíram cedo. Tomei café, resolvi ir pra praia. Eu gostava daquela cidade que tinha uma praia tão perto de casa. Mas eu estava ali a tão pouco tempo que nem lembrava o nome da cidade direito, às vezes eu esquecia ainda, ou confundia com alguma outra onde eu havia morado.
Cheguei à praia, 08h30min. Sabe quem estava lá?
Sim, Marina.
O quê aconteceu?
Eu lembro da primeira frase que falei, desculpa pra puxar papo, pra sentar do lado dela.
- O mar é mesmo muito lindo.
Alguns segundos depois, eu pensei... Já sei o quê ela vai dizer...
“Todo mundo me diz isso”.
Mas ela não disse. Ela disse.
- Verdade.
E sorriu.
Ah, eu não vou entrar em detalhes... Eu sentei do lado dela, disse alguma coisa, ela respondeu alguma outra coisa. Conversa vai conversa vem, eu acho que ela nem lembrava que eu havia falado com ela noite passada. Também, quantos garotos será que falaram com ela noite passada, não me admira ela não lembrar meu rosto. Aliás, melhor assim. Mas hoje... Ah, hoje eu era o único...
Eu não lembro o que eu disse dessa vez. Mas ela sorriu de novo. Eu não consigo esquecer aquele sorriso.
Eu a beijei.
Ela me beijou.
Marina.
Slowmotion.
E naquele momento eu percebi que toda a minha vida tinha valido a pena. Que eu poderia morrer agora, sem me arrepender de nada do que havia feito até hoje.
Tudo por aquele momento.
Era hora do almoço, nos despedimos. Ela sorriu, foi almoçar em casa, e eu também.
Combinamos de nos encontrar amanhã, naquele mesmo local, naquele mesmo horário.
Eu cheguei em casa, cara de “garoto mais feliz do mundo”.
Haviam bem mais caixas em casa. Estranho.
Minha mãe não fez almoço, mais estranho ainda. Havia umas marmitas na mesa.
Ela me viu, e me contou algo perfeitamente normal, eu já estava acostumado.
- Filho, vamos nos mudar hoje ainda. Você sabe como é o trabalho do seu pai... Como uma marmita, eu não tive tempo de fazer almoço. Arrume suas coisas logo.
Marina. Ecoava em minha cabeça.
Então eu acordei pra realidade.
- Mãe vamos nos mudar hoje?
- Sim, vamos filho.
Eu corri.
Minha mãe gritou algo, eu não escutei. Eu corri pra praia.
Ela não estava lá.
Eu perguntei as pessoas ao redor, ninguém sabia, ninguém tinha visto.
Eu corri desesperado por todos os lugares da cidade.
Nada.
Eram 18h, 10 de Julho de 2008.
Voltei pra casa, me arrastando.
Nenhum sinal de Marina.
Levei uma bronca horrível dos meus pais.
Eu não lembro nada do que eles disseram.
A minha cabeça ia explodir.
Ela não conseguia processar a informação de que eu nunca mais veria Marina.
Poucas horas depois, entrei no carro, fomos embora.
Nem lembro em qual cidade eu morei depois dessa, mais foi pouco tempo também.
Nem lembro de mais nada.
Depois desse dia, eu vivi uns anos sem viver. Eu esqueci completamente o nome da cidade onde eu havia conhecido Marina. Na verdade, eu me esforce pra esquecer. Eu sabia que eu não podia voltar lá. No final, eu queira que fosse apenas uma lembrança. Um sonho.
Marina, ela não existiu de verdade. Foi só um sonho.
Não foi?
O tempo passou, ele não apaga as feridas, mas cicatriza. E eu consegui levar uma vida normal. Eu conheci você Amanda...
Mas sabe o que aconteceu?
Ontem eu precisei viajar. Pois é, acabei me acostumando, e fui trabalhar com meu pai. Graças a Deus, hoje em dia eu preciso viajar bem menos que ele, naquela época.
Hoje estou aqui, na praia, são 8h20min.
Estou te escrevendo essa carta, te explicando porque eu não vou voltar.
Por causa de 10 de Julho de 2008.
Porque ontem, eu resolvi dar um pulinho na praia dessa cidade.
Eu lembrei.
Foi aqui, eu tenho certeza.
Foi aqui onde eu sonhei com Marina. 10 de Julho de 2008.
Não me pergunte como, mas eu sabia.
Eu pedi demissão ontem mesmo. E hoje de manhã resolvi te escrever essa carta.
“Querida Amanda, me desculpe, eu não vou voltar. Mande lembranças a Jeff, um grande abraço a Kadu.
Deixe-me contá-la. Era um simples, 10 de Julho do ano de 2008, o dia fatídico, tudo mudou, os crepúsculos e as luas cheias nunca mais foram as mesmas.”
Eu vou ficar por aqui.
Eu vou arriscar tornar aquele sonho, realidade.
Por menor que sejam as chances. Eu sei, eu tenho certeza.
Eu vou encontrar Marina.
Terminei.
Guardo a carta no envelope. Ponho dentro da minha mochila, e olho pro mar.
Tem uma garota olhando pro mar também, sentada na areia.
Tem uma flor no cabelo dela... Qual era mesmo o nome dessa flor?
Eu sentei do lado dela. Precisava dizer algo pra puxar papo.
- O mar é mesmo muito lindo.
A cigana de fogo (Ato 1)
-
1813
Europa ocidental
Voltava pra casa após mais um dia de trabalho nada incomum
Distante eu vi uma fogueira
Um povo estranho em volta dela dançando e can...
Há 4 anos
uhauahuahuahuha
ResponderExcluirjá tinha comentado o texto
mas enfim
comentando mais uma vez
Deu trabalho
mas finalmente terminou
=D
Fikou Mto bom =D
Li todas as partes e achei confuso, por estar dividido. Mas creio que o texto todo junto e com alguns ajustes ficaria perfeito. Adorei a história. UAU! =]
ResponderExcluirrsrsrsrsrsr
ResponderExcluirSim sim
Falta algum conectivo mesmo...
mas enfim...
Só um primeiro texto estilo continue vc :P
os próximos ficarão melhores =D
#Promise