sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Dualidade

Só por lembrar da beleza da contradição

...

XX


Dualidade

Diz-me por que não seguir dois caminhos?
As discussões duais perderam-se na madrugada
Falemos novamente de dualidade
Mais duas garrafas pedi

Bebemos rápido, dois goles
E seguiu o debate dual
- Pois se de um lado não existe o bem
- No outro tampouco há o mal

E se existe realmente o mal, mesmo que pouco
Por aqui deve ele, também, rondar

Seguia na confusão, um gole e tomo outro
As garrafas vazias agora quase enfeites
- Deixe-me te adornar com papéis
- Só me visto com letras
Cubro a vergonha natural com o conhecimento bestial

Canibalizo livros
Somos tão iguais banhados em tinta
E do coração pintado vem uma nova cor
Olho para as outras e não sei diferenciar
Prever, dizer, não mais

Foi meu sonho verdade? Vai mais um gole?
É a semelhança o sinal? Fica outra garrafa

E sigo no questionamento vão
Fera humana responda-me:
- É assim ser dual
Ou ser felino, livro e ébrio é vão?



Alexandre Bernardo

XX

Sinceramente?

Nem quero mais saber...

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