terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

A viagem de um pagão





Entre mudanças e viagens


XX

A viagem de um pagão

Fazem-se malas
Desfazem-se sonhos
Um por um a ti consagrados
No altar pagão no chão do meu quarto

Não me vejas baixo
E se de baixo me vê
Saiba que é por no céu estar voando
Às alturas elevo minha oração

E por que digo se não acredito?
E por que deveria dizer se cansei de me vender
Continuo o sonho mudo. Finjo e minto
Tudo é sinal. Falta ao crente crer

Falta ao sonho a liberdade
Minha mala eu carrego na viagem
Desfaço tudo antes de sair de casa
E pra ver se de tudo esqueço
Só pra me esquecer

Nela vou colocando a vida enquanto sigo
Não me olhe assim, não me leve a mal
A garrafa vazia me lembra do álcool derramado na estrada
Era combustível humano homenageando deuses e demônios eternos errantes
Um figo, uma manga ou uma história. É Tudo alimento

Só não me venha com maça podre
Ridícula metáfora perdida. Ciência esquisita.

Venha. Compartilhe que eu te faço perdão
Insanidade?
Essa é minha vida, minha fruta e meu pão...

E perdoa agora os pecados de um pagão
Culpado, julgado e condenado
Crime: Não acreditar demais nem em você nem em ninguém
Muito menos em salvação



Alexandre Bernardo

XX

Insane

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